O julgamento do mediático processo Operação Marquês foi suspenso esta terça-feira e só será retomado a 4 de dezembro, na sequência do pedido do principal arguido, o ex-primeiro-ministro José Sócrates, para constituir um novo mandatário.A juíza-presidente, Susana Seca, atendeu ao requerimento de Sócrates, que dispensou o advogado oficioso que lhe tinha sido nomeado e exigiu ter o direito de escolher a sua própria defesa, alegando que ter um defensor que não conhece o processo é um "degradante espetáculo" e viola os seus direitos.

Fim do Advogado Oficioso: A magistrada determinou o fim imediato das funções do advogado oficioso que tinha sido nomeado para representar o ex-governante após a renúncia de Pedro Delille, a 4 de novembro. José Sócrates terá agora um prazo de 20 dias para nomear o seu novo representante legal.

Juíza Aponta para Tática Dilatória: Apesar da suspensão, a juíza Susana Seca não deixou de sublinhar que o comportamento processual de José Sócrates e a renúncia do anterior advogado (Pedro Delille) sem ter assegurado a representação, podem levar "um observador médio" a equacionar que o objetivo seja prolongar a duração do julgamento. Contudo, considerou que prosseguir com a defesa nestas condições poderia pôr em causa os direitos do arguido.

A suspensão do julgamento, que envolve um total de 21 arguidos em crimes económico-financeiros, concede assim mais tempo para que a defesa de José Sócrates seja reestruturada.