O exército israelita iniciou esta sexta-feira a retirada progressiva das suas tropas da Faixa de Gaza, em cumprimento do acordo de cessar-fogo recentemente firmado com o Hamas. A operação marca uma nova fase no conflito, após meses de combates intensos e devastação no enclave palestiniano.Fontes no terreno, citadas pela agência EFE, confirmam que a retirada está a ser feita de forma faseada, com as forças israelitas a deslocarem-se em direção à chamada “linha amarela” — uma zona de segurança definida no âmbito do acordo.

A mudança tem permitido que alguns habitantes regressem a bairros da Cidade de Gaza, como Tal al-Hawa e Sheikh Radwan, que durante meses estiveram praticamente inacessíveis. No entanto, o movimento de pessoas do sul para o norte do território permanece fortemente restringido, com drones e artilharia a manter vigilância constante.

Apesar da retirada parcial, Israel mantém presença militar em pontos estratégicos, como o Corredor Netzarim, que divide a Faixa de Gaza em duas partes, o Corredor Filadélfia, junto à fronteira com o Egito, e o Eixo Morag, a sul. Estas zonas continuam sob controlo das forças israelitas para garantir — segundo Telavive — a “segurança e liberdade de ação” em caso de necessidade.

O acordo de cessar-fogo, mediado por parceiros internacionais, inclui também o aumento da ajuda humanitária e a entrada de medicamentos e alimentos no enclave. Organizações das Nações Unidas preparam-se agora para reforçar a assistência médica e alimentar, numa tentativa de aliviar a crise humanitária que afeta centenas de milhares de civis.