A relatora da ONU para os territórios palestinianos ocupados, Francesca Albanese, afirmou esta segunda-feira que o número de mortos na Faixa de Gaza pode ser muito superior às estimativas oficiais. Embora se fale em cerca de 65 mil vítimas, a responsável considera que o total poderá rondar os 680 mil, com base em estudos científicos e cálculos de investigadores, incluindo alguns israelitas.
Segundo Albanese, mais de 75% das mortes já confirmadas são de mulheres e crianças. Se a estimativa mais elevada se confirmar, cerca de 380 mil das vítimas seriam crianças com menos de cinco anos.
A diplomata sublinhou que a população de Gaza tem vivido 710 dias de “horror absoluto”, lembrando que a destruição maciça causada pelos bombardeamentos israelitas dificultará a verificação do número real de vítimas. Albanese comparou a situação à da Bósnia, onde também foram necessários anos para identificar e recuperar os corpos após o conflito.
A relatora voltou a reforçar a posição de que o que se passa em Gaza constitui um genocídio, sendo uma das primeiras vozes internacionais a usar este termo.