O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, reafirmaram esta semana a força das relações bilaterais, descrevendo-as como “estratégicas” e em “nível sem precedentes”. As declarações foram feitas no início de um encontro em Pequim, onde Putin participará ainda num grande desfile militar para assinalar o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
Putin considerou a participação no desfile como uma homenagem às conquistas históricas dos povos russo e chinês e ao papel de ambos na vitória sobre os eixos europeu e asiático. “Sempre estivemos juntos nessa altura e continuamos juntos agora”, afirmou.
Xi Jinping, por sua vez, sublinhou que as relações China-Rússia resistiram a mudanças internacionais e baseiam-se na boa vizinhança, colaboração estratégica abrangente e cooperação mutuamente vantajosa. O líder chinês expressou ainda disponibilidade para cooperar na construção de um sistema de governação global mais justo.
Putin está na China desde domingo, participando inicialmente na 25.ª cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), realizada em Tianjin. Na reunião, agradeceu os esforços da China, da Índia e de outros membros para procurar soluções para a guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo que responsabilizou o Ocidente, apontando para a tentativa de integrar a Ucrânia na NATO como causa da crise.
O desfile militar na Praça Tiananmen contará com a presença de líderes internacionais, incluindo Kim Jong-un, da Coreia do Norte. A SCO, criada em 2001, reúne China, Rússia, Índia, Paquistão, Irão, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão e Uzbequistão, cobrindo cerca de 40% da população mundial. Ao contrário da NATO, o grupo não possui cláusulas de defesa mútua e funciona como fórum de cooperação política, económica e de segurança, incluindo observadores como Egito, Turquia, Myanmar e Azerbaijão.