As taxas Euribor registaram em agosto uma subida em todos os prazos — 3, 6 e 12 meses — algo que não acontecia há quase dois anos. A inversão de tendência surge depois de sinais de que o Banco Central Europeu poderá não avançar com novas descidas das taxas de juro diretoras em 2025.
Ainda assim, as famílias com contratos de crédito à habitação a rever nos próximos meses deverão continuar a sentir uma descida das prestações, já que a comparação é feita com taxas de referência mais elevadas, em vigor aquando da última revisão. No entanto, esse alívio deverá terminar até ao final do ano, entrando-se depois num período de estabilização.
Na última reunião, em julho, o BCE manteve a taxa de depósitos em 2%, justificando a decisão com a estabilidade da inflação, atualmente nos 2%, bem abaixo dos 10,6% registados em outubro de 2022.
Economistas citados por agências internacionais acreditam agora que o ciclo de cortes nas taxas de juro poderá já ter terminado. Ainda assim, não há sinais de que se prepare um novo ciclo de subidas.
Para os créditos indexados à Euribor a 6 meses — os mais comuns em Portugal —, por exemplo, um empréstimo de 200 mil euros a 30 anos poderá ver a prestação cair cerca de 40 euros na próxima revisão. Já num contrato indexado à Euribor a 12 meses, a redução pode atingir 110 euros.
Apesar destes recuos, as prestações continuam cerca de 20% acima do valor pago em 2022, quando as Euribor estavam em terreno negativo.