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Advogado de Sócrates Abandona Defesa Após Tensão com Juíza, e Julgamento Segue Imediatamente
Publicado em 05/11/2025 08:00
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Novo Defensor Oficioso Pede Adiamento de 48 Horas, Mas Tribunal Recusa; Julgamento da Operação Marquês Prossegue

O julgamento da Operação Marquês sofreu uma reviravolta dramática e inesperada que atirou a defesa do antigo primeiro-ministro José Sócrates para o caos. O seu advogado de longa data, Pedro Delille, renunciou formalmente ao mandato, dias após um episódio de elevada tensão na sala de audiências.

A decisão de "adeus polémico" surge na sequência de Delille ter sido publicamente repreendido pela juíza presidente do coletivo, Susana Seca, na sessão anterior (30 de outubro). A magistrada terá formalizado uma queixa à Ordem dos Advogados por "conduta ofensiva", depois de o advogado se ter atrasado mais de uma hora e de a justificação ter sido considerada insatisfatória. Segundo relatos, a juíza terá encerrado a discussão com um firme "Acabou a brincadeira! Vai responder à Ordem".

Advogado Oficioso Atribuído e Recusa de Adiamento

Perante a rutura e o abandono de Delille, o Tribunal Central Criminal de Lisboa agiu com celeridade para evitar a paragem do megaprocesso. Foi imediatamente nomeado um advogado oficioso, José Manuel Ramos, para assumir a defesa de Sócrates, que enfrenta 22 crimes, incluindo três de corrupção.

No entanto, o novo defensor admitiu perante o Tribunal que o seu conhecimento do processo é "muito escasso", limitando-se ao que foi "publicado pela comunicação social". Por esta razão, José Manuel Ramos solicitou um adiamento de 48 horas para realizar uma "análise preliminar" do processo.

Pese embora a argumentação do advogado, o coletivo de juízes, presidido por Susana Seca, indeferiu o pedido de adiamento. Os juízes entenderam que a concessão do prazo não se justificava, determinando que José Manuel Ramos terá de representar o ex-governante imediatamente, a partir desta terça-feira, sem prejuízo de poder consultar o processo nos dias em que não haja julgamento.

A renúncia de Pedro Delille marca o fim de uma parceria de defesa que acompanhou José Sócrates ao longo de toda a Operação Marquês, desde a fase de inquérito. A principal questão que se levanta agora é se o antigo primeiro-ministro, de 68 anos, irá aceitar a defesa oficiosa nos próximos dias ou se indicará rapidamente um novo advogado para o substituir.

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