Detida, com identidade de género complexa, tinha sido transferida de Santa Cruz do Bispo após agressões. Sindicatos alertam para a falta de segurança.
Uma reclusa no Estabelecimento Prisional de Tires, em Cascais, ateou fogo à sua cela na tarde desta segunda-feira, resultando em ferimentos por inalação de fumo em cinco guardas prisionais. O incidente ocorreu cerca de três semanas após a detida ter sido transferida da cadeia feminina de Santa Cruz do Bispo, em Matosinhos, devido a um episódio de violência onde agrediu uma colega de cela e dois vigilantes.
De acordo com a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), a reclusa – cuja situação de identidade de género envolve ter nascido homem, feito a transição para mulher, e estar agora em processo de reversão – usou pertences pessoais e o colchão para iniciar o incêndio no setor de admissão da prisão.
Os cinco guardas prisionais feridos foram prontamente assistidos no local, sendo os seus ferimentos considerados ligeiros, resultantes da inalação dos fumos densos.
O ato de vandalismo e violência levanta sérias preocupações no seio das forças de segurança prisional. Fontes sindicais do Corpo da Guarda Prisional criticaram a colocação da reclusa numa ala da prisão de Tires, defendendo que, dado o seu histórico de agressões, a detida deveria ter sido colocada numa ala de maior segurança, como a do Estabelecimento Prisional de Monsanto, para garantir a proteção dos restantes reclusos e dos trabalhadores.
A DGRSP confirmou o sucedido e indicou que irá proceder a um inquérito interno para apurar todas as circunstâncias do incidente.