A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN) Portugal veio a público alertar esta sexta-feira que, apesar da recente descida na taxa de risco de pobreza ou exclusão social, o número de portugueses em situação de vulnerabilidade se mantém persistentemente elevado, ultrapassando os dois milhões de pessoas.A organização não-governamental destaca que, embora os dados estatísticos mais recentes indiquem uma redução significativa – atingindo 19,7% da população, o valor mais baixo desde 2015 – a realidade é que cerca de 2,1 milhões de indivíduos continuam a viver nesta situação, o que equivale a um em cada cinco portugueses.
Para a EAPN Portugal, este número demonstra que a pobreza não é um problema pontual, mas sim um fenómeno estrutural profundamente enraizado na sociedade portuguesa.
A organização sublinha que o crescimento económico e as melhorias estatísticas não se têm traduzido no desejado impacto na vida dos mais vulneráveis, sendo necessário um compromisso político "firme, articulado e duradouro" para colocar a dignidade humana e a qualidade de vida no centro das prioridades nacionais.
Apesar de a maioria das pessoas em situação de pobreza residir em contextos urbanos, os dados revelam que as zonas rurais e pouco povoadas continuam a registar as taxas de pobreza mais altas. Regionalmente, os Açores permanecem a região mais afetada do país.