A União Europeia de Radiodifusão (UER) decidiu adiar a votação crucial sobre a presença de Israel no Festival Eurovisão da Canção de 2026, invocando os "novos desenvolvimentos no Médio Oriente". A decisão surge no meio de uma crescente ameaça de boicote por parte de vários países, incluindo a Espanha, que se tornou o primeiro do grupo "Big Five" a confirmar a sua retirada caso Israel participe.

A polémica em torno da participação israelita, que se intensificou após a edição de 2025 onde Israel alcançou o segundo lugar (sendo o mais votado pelo público), levou a UER a suspender a deliberação que estava originalmente prevista para novembro. A decisão final está agora agendada para dezembro, numa reunião que contará com a participação dos 68 países membros da União Europeia de Radiodifusão.

A tensão é palpável, uma vez que o futuro da participação de Israel e, potencialmente, de todo o evento, depende desta votação. Se mais de 50% dos membros votarem contra a presença do país no festival de 2026, Israel será excluído da competição.

Espanha Lidera Boicote

O movimento de contestação à participação israelita tem vindo a ganhar força. Países como a Islândia e os Países Baixos já tinham sinalizado que iriam reconsiderar a sua presença. Contudo, a ameaça mais significativa veio da Espanha, um dos "Big Five" (países que contribuem com a maior parte do financiamento da Eurovisão e têm apuramento direto para a final). A televisão pública espanhola confirmou oficialmente que irá boicotar a edição de 2026 caso a UER decida manter a participação de Israel.

Este cenário de divisões e a possibilidade de um boicote em massa – comparável à exclusão da Rússia após a invasão da Ucrânia em 2022 – coloca o Festival Eurovisão em risco, transformando um evento cultural numa questão de política internacional. A reunião de dezembro será decisiva para o destino do concurso e para a sua alegação de ser um espetáculo "apolítico" sob o lema "Unidos pela música ".