Um novo estudo de especialistas em saúde projeta um cenário crítico para a Linha SNS 24, estimando que o serviço possa falhar em atender cerca de um milhão de chamadas durante os meses de inverno. O principal motivo apontado é a desproporção entre as novas responsabilidades atribuídas à linha pelo Governo e o insuficiente reforço de meios humanos e tecnológicos.Investigadores nacionais e internacionais alertam para o risco iminente de rutura parcial no SNS 24, que é uma peça fundamental para direcionar os utentes e aliviar a pressão nas urgências hospitalares.
De acordo com as projeções, a conjugação do aumento natural de procura durante o inverno com as novas funcionalidades delegadas à linha poderá levar a uma incapacidade de resposta sem precedentes. Os números indicam que a média mensal de tentativas de contacto pode subir, deixando centenas de milhares de utentes sem o aconselhamento médico necessário.
Os autores do estudo criticam que o alargamento das funções da Linha SNS 24 foi feito de forma acelerada, sem o devido investimento em infraestruturas e pessoal qualificado. Esta lacuna ameaça comprometer a eficácia do serviço, forçando os cidadãos a recorrerem diretamente aos hospitais e agravando a sobrecarga das urgências.
Em resposta, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já reconheceu os "constrangimentos" na linha e assegurou que foi solicitado um reforço urgente de meios aos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e à Altice. O Governo promete trabalhar no reforço da tecnologia, incluindo a utilização de Inteligência Artificial, e das equipas para garantir que a Linha SNS 24 esteja apta a responder ao pico de afluência esperado. Contudo, o operador do serviço admite a dificuldade em recrutar profissionais suficientes para fazer face à escassez no mercado.