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Presidente da Assembleia da República alerta para falhas do Estado na prevenção dos incêndios
Publicado em 31/08/2025 15:25
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Foto: Ministério da Defesa (via Wikimedia Commons, CC BY 2.0)

 

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, esteve este domingo na cerimónia do 150.º aniversário da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Porto, onde deixou um alerta forte sobre a necessidade de uma política florestal mais eficaz.

Recordando a tragédia vivida nas últimas semanas, com 250 mil hectares de floresta destruídos, quatro vítimas mortais e prejuízos avultados, Aguiar-Branco afirmou que o Estado “tem falhado demasiadas vezes” na prevenção dos fogos. Sublinhou que, quando um incêndio começa, isso significa que algo já estava mal preparado.

O presidente do Parlamento destacou ainda as dificuldades que recaem sobre os pequenos proprietários, lembrando que a limpeza de um hectare de terreno pode custar cerca de 600 euros por ano, num país de baixos salários. Criticou também a lentidão dos apoios públicos e a ausência de diferenciação entre áreas florestais próximas de povoações e zonas mais isoladas.

Para Aguiar-Branco, é fundamental avançar com medidas estruturais, como o cadastro das propriedades, a gestão dos baldios e a simplificação de burocracias, defendendo que os silvicultores devem ser vistos como aliados. “A política florestal não pode basear-se apenas em apoios que chegam tarde ou em multas que penalizam ainda mais”, frisou.

O presidente da Assembleia da República defendeu uma estratégia integrada que una prevenção de incêndios a questões como desertificação, demografia, coesão territorial, economia verde, gestão da água e política ambiental. “Portugal não precisa de políticos bombeiros, mas de políticos que saibam construir soluções de futuro com diálogo e seriedade”, afirmou.

 

Aguiar-Branco concluiu a sua intervenção sublinhando que o Parlamento é o espaço certo para alcançar consensos e transformar políticas. Questionado sobre as recentes declarações de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito de Donald Trump, recusou comentar.

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