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Rede desmantelada usava estruturas paramilitares e rotas complexas, como países asiáticos, para transportar vítimas vulneráveis até Espanha.
Publicado em 27/10/2025 09:30
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"A desarticulação da rede internacional de tráfico de pessoas liderada a partir do Algarve, que resultou na detenção de três suspeitos e na libertação de oito mulheres, lança luz sobre a sofisticada e cruel logística usada pelos criminosos. A investigação da operação 'Aurélia-Belona' revelou que o esquema explorava a vulnerabilidade de mulheres na América do Sul, mas ia muito além do transporte direto para a Europa.

Segundo as autoridades espanholas, a organização recrutava as vítimas e, em alguns casos, recorria ao uso de 'estruturas paramilitares' para forçar a sua deslocação. O relato mais chocante é o de uma das vítimas, que foi forçada a viajar por vários países asiáticos antes de finalmente chegar a Espanha, onde continuou a ser explorada sexualmente. Este desvio complexo e a utilização de rotas não convencionais indicam um alto grau de planeamento por parte do casal cabecilha detido em Loulé, Portugal.

As oito mulheres resgatadas, originárias de diversos países sul-americanos, representam o perfil das vítimas preferenciais: em situação de extrema carência e facilmente aliciáveis com falsas promessas, acabando por serem controladas em território espanhol. A complexidade do caso e a necessidade de cooperação internacional sublinham a dimensão transnacional deste tipo de crime, que usa Portugal não só como base de operações, mas também como peça-chave numa rota global de exploração humana."

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