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Hospitais Públicos Disparam Cirurgias Oncológicas no 1.º Semestre de 2025, Mas Tempos de Espera Preocupam Utentes
Publicado em 25/10/2025 05:45
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A atividade cirúrgica nos hospitais portugueses registou um aumento geral nos primeiros seis meses de 2025, impulsionada principalmente pelas cirurgias oncológicas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), revela um relatório da Entidade Reguladora da Saúde (ERS).Segundo os dados da ERS, foram efetuadas 37.195 cirurgias para tratamento de cancro até junho, um crescimento de 6,9% na atividade global e com esmagadora maioria (92,6%) realizada em unidades de saúde do setor público. Este aumento no SNS pode ser atribuído a um regime excecional de incentivos criado para atacar as listas de espera de doentes com suspeita ou diagnóstico confirmado de cancro.

Apesar do esforço, o tempo de espera continua a ser um desafio: quase um em cada cinco utentes (19,5%) submetidos a cirurgia oncológica no primeiro semestre enfrentou um tempo de espera superior ao máximo legalmente estabelecido para a sua prioridade.

Relativamente às cirurgias não oncológicas nem cardíacas, o panorama de listas de espera mostra uma ligeira melhoria global. Em 30 de junho, o número de utentes a aguardar cirurgia era de 200.307, uma redução de 2,8% face ao mesmo período de 2024, justificada pela diminuição das listas no setor público e, de forma mais acentuada, nos hospitais com contrato com o SNS.

No total, foram realizadas 334.339 cirurgias de especialidades diversas, com o SNS a executar 91,4% destas. No entanto, em termos de vales-cirurgia, emitidos para transferir utentes para outras unidades (incluindo privadas e sociais), apenas 18,6% foram aceites pelos utentes e hospitais, uma descida de 8,3 pontos percentuais na adesão, sugerindo que muitos doentes optam por aguardar no seu hospital de origem, possivelmente devido à relação de confiança.

A área da Cardiologia mantém os tempos de espera mais críticos. Todas as 4.904 cirurgias programadas foram realizadas no SNS, mas mais de 32% dos doentes excederam o tempo de espera previsto. No final do período analisado, mais de metade (56,9%) dos 2.437 utentes em lista de espera para cirurgia cardíaca estavam com tempo de espera superior ao limite legal.

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