O Tramadol, frequentemente comercializado como a opção "mais segura" entre os opioides, está sob fogo cerrado após novos resultados de pesquisa levantarem sérias dúvidas sobre a sua utilidade e segurança no combate à dor crónica. A comunidade médica reforça agora o apelo para que se investigue a origem da dor, em vez de se recorrer a uma solução rápida e, potencialmente, perigosa.Para a Dra. Erika Schwartz, médica internista e autora de "Don’t Let Your Doctor Kill You", os novos dados não são surpreendentes, mas confirmam o que observa na clínica há anos: "O Tramadol tem sido promovido como uma alternativa suave, mas a sua realidade é complexa. Eu não o prescrevo para dor crónica. Ponto final."
A Dra. Schwartz argumenta que a verdadeira tragédia reside no facto de milhões de pacientes receberem o medicamento quando a necessidade urgente é uma investigação aprofundada da causa da sua dor crónica. "Trocamos soluções reais por receitas médicas, e os pacientes estão a sofrer por isso," acusa a médica.
Perante esta situação, a especialista aconselha os pacientes a assumirem o controlo e a questionarem os seus médicos sobre o motivo da prescrição do Tramadol, as alternativas disponíveis e se a causa fundamental da dor foi examinada.
A discussão ganha relevância num país onde, segundo Sanjay Gupta, correspondente médico-chefe da CNN e especialista em dor, um em cada cinco adultos vive com dor crónica. Gupta defende que o foco deve mudar da medicação para a capacidade do corpo e da mente para gerir e eliminar a dor.
O caminho alternativo, isento de opioides, inclui uma vasta gama de terapias: desde abordagens holísticas como meditação, ioga, massagem e acupuntura, até medidas simples como repouso de qualidade, fisioterapia e uma dieta anti-inflamatória rica em vegetais e grãos integrais. O consenso médico é claro: a solução passa por desvendar a raiz do problema, e não apenas por silenciar o sintoma com um analgésico que acarreta os seus próprios riscos.