Governo abre 225 vagas para combater défice, mas só 64 candidatos passam na seleção e apenas 58 comparecem ao início da formação.A luta contra o "enorme défice" de guardas prisionais em Portugal enfrenta um novo revés. Apesar de o Governo ter anunciado a abertura de 225 vagas para a admissão de novos profissionais na classe, um número drasticamente reduzido de candidatos está a iniciar o curso de formação.

Os dados são preocupantes: das 225 vagas disponíveis, apenas 64 candidatos conseguiram ultrapassar todas as rigorosas provas de seleção (físicas, de conhecimentos e psicológicas). No entanto, o problema agravou-se no momento da chamada para o início do curso.

No primeiro dia de formação, apenas 58 alunos compareceram, o que significa que 6 dos candidatos aprovados acabaram por desistir antes de começar o curso.

Este cenário revela uma dupla dificuldade para o Ministério da Justiça e para a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP): por um lado, o reduzido número de candidatos que consegue cumprir os critérios eliminatórios do concurso; por outro, a incapacidade de reter os poucos aprovados, evidenciando uma potencial falta de atratividade da carreira.

A baixa afluência contrasta com a necessidade urgente de reforço dos quadros da guarda prisional, que há anos alertam para a escassez de pessoal e para as consequentes dificuldades operacionais no sistema prisional.

Com apenas 58 novos elementos a iniciar a formação, o objetivo de preencher as 225 vagas e de mitigar o défice de guardas prisionais parece ainda longe de ser alcançado.