O cenário geopolítico mundial pode estar prestes a sofrer um abalo sísmico. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, surpreendeu ao sinalizar que está a considerar fornecer mísseis Tomahawk à Ucrânia, numa viragem de 180 graus face às suas posições anteriores. Segundo o vice-presidente JD Vance, a decisão está em análise e poderá ser confirmada em breve.O enviado de Trump à Ucrânia, Keith Kellogg, sugeriu mesmo que Kiev estaria autorizada a usar essa capacidade para atingir alvos profundos na Rússia, levantando alertas no Kremlin. Os mísseis Tomahawk, conhecidos pela precisão de longo alcance e capacidade de ajustes em tempo real durante o voo, são armas reservadas historicamente aos aliados mais próximos dos EUA, como Reino Unido e Japão. A novidade é que, neste caso, a entrega poderia passar pela Europa antes de chegar à Ucrânia.
Analistas afirmam que, se os Tomahawks forem mesmo fornecidos, Moscovo enfrentará um dilema estratégico: a capacidade ucraniana de atacar cidades e infraestruturas russas deixaria de ser apenas simbólica e poderia alterar radicalmente a dinâmica da guerra. Volodymyr Zelensky tem mantido silêncio sobre o tema, mas o histórico recente mostra que a Ucrânia já consegue ataques de longo alcance com drones, causando escassez de combustíveis e danos em pontos críticos russos.
Especialistas militares falam em “ambiguidade estratégica”: os ataques ucranianos poderiam ser atribuídos aos próprios mísseis, ou a participação americana seria inevitável. Seja como for, o Kremlin terá de responder. Esta mudança radical na política americana coloca a guerra numa nova fase, em que o equilíbrio de poder pode mudar rapidamente, e onde o que antes parecia distante e simbólico se transforma numa ameaça real para Moscovo