O Conselho de Finanças Públicas (CFP) alerta que as famílias portuguesas deverão enfrentar um aperto no rendimento disponível já em 2026. A principal razão está ligada às alterações nas retenções na fonte do IRS, que este ano aproximaram os descontos mensais do valor efetivamente devido.
Na prática, este ajustamento traduz-se em duas consequências: por um lado, muitos contribuintes verão diminuir os habituais reembolsos; por outro, aumenta o risco de receberem “notas de cobrança” adicionais no momento do acerto do imposto.
Segundo o CFP, este efeito fiscal deverá reduzir a folga orçamental das famílias, limitando o crescimento do consumo privado, que se prevê suba apenas 2,3% em 2026 — um ritmo mais lento face a 2025.
O organismo sublinha ainda que o impacto poderá sentir-se sobretudo em rendimentos médios, afetando a forma como os agregados planeiam as suas finanças pessoais. Por isso, recomenda cautela às famílias que até aqui contavam com os reembolsos de IRS como um “extra” anual no orçamento.